Teatro
da UFF
Rua
Miguel de Frias 9, Icaraí, Niterói.
Sextas,
sábados e domingos, às 20h.
Preço:
R$ 50 (inteira).
Classificação:
10 anos.
Telefone:
3674-7515.
De 02
de Março até 17 de março.
Sócrates defende-se em um
tribunal de uma série de acusações que lhe são feitas, em especial ter ideias
diferentes do estabelecido pela sociedade e pela religião
Niterói recebe uma livre
adaptação do clássico “Apologia de Sócrates”, de Platão, com texto e direção de
Ivan Fernandes. A peça “O Julgamento de Sócrates” é interpretada pelo ator
Tonico Pereira que, de forma simples e delicada, apresenta ao público a defesa
de Sócrates no julgamento em que o condenou à morte por envenenamento. O
espetáculo entra em cartaz na próxima sexta, dia 2 de março, no Teatro da UFF,
em curta temporada até o dia 17 de março. As apresentações acontecem às sextas,
sábados e domingos, sempre às 20h.
A obra celebra as “bodas de ouro”
de carreira de Tonico Pereira que, pela primeira vez, se apresenta em um
monólogo. E não poderia ter local diferente para a celebração deste momento.
“Faço um balanço desses anos de
carreira profundamente positivo, mesmo porque são 50 anos ininterruptos,
trabalhando o tempo todo. Me sinto um privilegiado. É excelente ter tido esse
tempo não só de carreira, mas de trabalho. Me sinto muito bem em comemorar meus
50 anos de carreira interpretando Sócrates, um homem comum, do povo, como eu me
sinto. É uma tarefa que tenho que exercer como ator e, principalmente, como
cidadão”, diz Tonico.
Diante da plateia, Sócrates expõe
e defende-se em um tribunal de uma série de acusações que lhe são feitas, em
especial ter ideias diferentes do estabelecido pela sociedade e pela religião
(como o livre pensamento e a busca pelo conhecimento), corrompendo a juventude
com essas ideias.
No palco, Sócrates, com figurino
neutro e atemporal, defende perante a plateia de “espectadores-jurados” não
apenas suas ideias, mas sobretudo o direito de tê-las. Sendo um dos primeiros
casos na história da humanidade de uma pessoa ser condenada por ter ideias
diferentes do estabelecido pela sociedade.
O filósofo defende a necessidade
de examinar a vida do ponto de vista ético e a busca pela sabedoria, sem
mencionar a satisfação material. E são nesses conteúdos que está o grande
destaque do espetáculo, pela contemporânea e grande relevância de suas palavras
para o momento em que vivemos.
“Sócrates está muito perto da
minha existência, desde a minha infância, desde a minha formação oralística.
Nunca me detive estudando alguém especificamente para um personagem. Meu estudo
sempre foi diante da vida que passava por mim, e eu prestando atenção, ouvindo
tudo atento. Isso que me forma até hoje e me gabarita, dentro das limitações
normais do ser humano. O espetáculo fala de Sócrates, fala de mim, fala dos
‘Sócrates’ que tive em minha vida, como um sapateiro e um professor de teatro.
Fala do homem comum, o homem da vida”, garante Tonico.
A peça é dividida em três partes:
na primeira, Sócrates faz sua defesa, na segunda, após a condenação, o filósofo
tem o direito de propor uma pena alternativa, mas se nega a fixar uma pena para
si mesmo, pois isso seria reconhecer alguma culpa, e, finalmente, após a
condenação final, ele diz suas últimas palavras para a sociedade que o
condenou, prevendo tempos duros para Atenas e para todas as sociedades
posteriores.
“No início da produção do
espetáculo, senti uma enorme responsabilidade, tanto que o texto ficou pronto
na minha gaveta quase um ano sem que eu tivesse coragem de mostrar. Temia estar
sendo pretensioso. Mas, quando reli o texto, ficou muito clara a sintonia com a
situação do Brasil atual, e entendi que o espetáculo tinha que ser montado. Em
cena, são mostradas as questões essenciais debatidas por Sócrates em seu
julgamento: a necessidade de se examinar criticamente a vida; de dar mais valor
à sabedoria que aos bens materiais; de procurar a verdade, desmascarar o que é
falso”, adianta o diretor Ivan.
“Não se trata de um espetáculo
para discutir a Grécia antiga, é o pensamento grego vivo hoje, aplicado ao
mundo de hoje”, assegura Ivan.
O Teatro da UFF fica na Rua
Miguel de Frias 9, Icaraí, em Niterói. Sextas, sábados e domingos, às 20h. Preço:
R$ 50 (inteira). Classificação: 10 anos. Telefone: 3674-7515. Até 17 de
março.
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